Maria Gadú apresenta sucessos e covers na Vila Olímpia
quarta-feira, 24 de novembro de 2010Apenas 16 meses se passaram desde que saiu o CD de estreia de Maria Gadú. E ela, às vésperas dos 23 anos, já prova para todo mundo que não precisava provar nada a ninguém. Quase Sem Querer, o hino da Legião Urbana, é uma das regravações de seu primeiro DVD. Multishow Ao Vivo Maria Gadú chega como parte de um grande lançamento da Som Livre (por seu selo Slap, voltado a novas apostas) às mãos do público que aprendeu a cantar Shimbalaiê: além do registro do show para 7 mil pessoas gravado no Credicard Hall, em julho, vão para as lojas dois CDs, cada um com uma metade de seu set list.
Grande demais para uma cantora iniciante, e nestes tempos difíceis para as gravadoras? Talvez não, se forem levadas em consideração as mais de 100 mil cópias vendidas do primeiro CD, e a consequente confirmação de que Gadú, com a voz de personalidade e o repertório singelo, é um dos nomes mais interessantes da novíssima MPB.
O endosso de gente como Milton Nascimento, “fã incondicional”, João Donato (que prevê “um caminho iluminado para ela”) e Caetano Veloso, com quem está fazendo uma série de shows em dupla pelo País – hoje será no Via Funchal -, já não a faz tremer.
“Mas ainda não me acostumei com a ideia de cantar com o Caetano. Ele é f…. Aí às vezes eu tô distraída, olho pro lado e penso: É o Caetano! É estranho saber que ele está ensaiando uma música minha pra tocar. Mora num lugar desconhecido da fala”, diz a paulistana Mayra Correa Aygadoux (Maria Gadú é para facilitar) em entrevista em sua casa, na Lagoa, esparramada no sofá, durante a qual bebe cerveja e fuma.
A aparência é de um adolescente andrógino, os cabelos curtos, os óculos propositalmente desproporcionais ao rosto, o visual jeans-camiseta-tênis, o corpo magro, as gírias. No DVD, dirigido pela já veterana Joana Mazzucchelli, a saudação ao público, antes de começar, com a bonitinha Encontro (sua), é infantil: “Oi, geeeeente!” Assim como a forma como sorri para os músicos, e como grita para chamar ao palco, um atrás do outro, os amigos cantores e compositores, a quem faz questão de prestigiar. Sandy, ídola, é outra convidada.
As câmeras captam a quase incredulidade diante do que está acontecendo: o público cantando, inteiras, suas músicas, Bela Flor, Dona Cila, Altar Particular, Lounge, Escudos, Laranja, e dos parceiros, Tudo Diferente, Linda Rosa, além das novas Paracuti, Aurora, A Culpa, Quando Fui Chuva, João de Barro. É como se ela se indagasse: É para mim tudo isso? “Quantos shows importantíssimos eu vi no Credicard, de Korn a Marisa Monte… Mas eu não fiquei com medo, não.”
Clássicos. Como as 13 faixas de estreia não sustentariam um DVD, Gadú lança mão de muitos covers. Para quem curtiu suas versões de A História de Lily Braun (Chico Buarque), Ne Me Quitte Pas (Jacques Romain Brel) e Baba (o hit de Kelly Key), é interessante ouvi-la transformando Trem das Onze (Adoniran Barbosa) e Filosofia (Noel Rosa/André Filho), amalgamada a You Know I”m No Good, de Amy Winehouse, e imprimindo sua marca a Lanterna dos Afogados (Herbert Vianna), e a Who Knew (sucesso de Pink).
São músicas que ela cantava quando ralava em barzinhos de bairros periféricos do Rio. Um tempo em que não havia trocas de cenário, figurino, maquiagem, quarteto de cordas para acompanhar, como no DVD, nem convites para apresentações em todas as premiações de música. Tampouco indicações para o Grammy Latino (nas categorias revelação e álbum).
Outra dessa época é I Can See Clearly Now (Johnny Nash), que Gadú divide, nos extras, em estúdio, com o pai, o tio, o primo e o irmão. Descalça, de bermudinha, ali ela parece ainda mais a menina de 16 meses atrás, que dizia que “nunca imaginaria que daria entrevista na vida”. “Faço música porque eu gosto. Pra que parar pra analisar?”
MARIA GADÚ E CAETANO VELOSO
Via Funchal. Rua Funchal, 65, Vila Olímpia, tel. 3846-2300. Hoje, às 22 h. R$ 90/ R$ 250.
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